João Concha

Fotografia: Ana Teresa Vicente*

 

JOÃO CONCHA

Nasceu em Évora, 1980.
Licenciou-se em Arquitectura (FAUL) em 2004 e concluiu em 2006 o curso de Ilustração no Centro de Imagens e Técnicas Narrativas da Fundação Calouste Gulbenkian.
A sua actividade abrange as áreas das artes visuais, escrita e edição.

 

 


Como ilustrador tem colaborado com vários periódicos e editoras, publicando regularmente o seu trabalho desde 2006. Recebeu a Medalha de Ouro no Picture Book Show (3×3 International Illustration Show 2017), atribuída pela revista americana 3×3.
Expõe individual e colectivamente o seu trabalho plástico desde 2007.

 

Editou com Maria Quintans e Ana Lacerda a INÚTIL Revista, publicação de escrita e imagem. Em 2013 fundou a não (edições), projecto do qual é editor, com mais de trinta obras publicadas entre colecções de poesia, tradução e livros ilustrados.
Investiga, nas áreas da Arquitectura e Urbanismo, sobre as relações entre actividades culturais e desenvolvimento urbano, realizando neste momento a sua tese de doutoramento.

 

 

Bom dia, João.
A tua estreia na Flanzine acontece ao segundo número – MEDO (Dezembro, 2013). Começas por ilustrar um poema de FS Hill, de quem haverias de editar o seu segundo livro – Fisioterapia -, nas não (edições). Como aconteceu, na tua vida, este enamoramento entre a poesia e o desenho?

Olá, João!
Na verdade, o enamoramento aconteceu entre mim e o desenho, entre mim e a poesia. Desde cedo, desenhar e ler eram as minhas formas preferidas de ocupar o tempo, talvez a melhor forma de um filho único inventar companhia e outros lugares. Mas sempre me pareceram estranhos, em criança, os livros com texto e imagem na mesma proporção. Eu queria livros para ler e livros para ver, separadamente, sem esse enamoramento entre palavra e imagem. Não queria livros que me mostrassem aquilo que lia… A banda desenhada era mesmo o pior, não ia além da segunda página!
Só com a passagem por cursos de arte e ilustração percebi que havia um lugar para esse diálogo. E parece-me que é sempre, no meu trabalho, um diálogo e não necessariamente um enamoramento. Sobretudo para poemas e livros de poesia penso mais em desenhos e não tanto em ‘ilustrações’. Gosto de pensar no ilustrador como mais um leitor, que deixa espaço para outras leituras. Interessam-me nos textos e nas imagens os ‘espaços em branco’.

Flanzine #2 – MEDO – FS Hill & João Concha

Há na escrita quem parta de imagens para chegar às palavras. Como funciona com o desenho: a imagem já lá está, na cabeça?

Não sei de onde partem ou onde começam, mas acho que os desenhos não estão em lugar nenhum. São do domínio do desejo, começam por isso. Na nossa cabeça há imagens e palavras e talvez aí tentemos resgatar outras. No texto de onde se parte estão as imagens que nele queremos ou sabemos ler. Mas depois os desenhos acontecem nos gestos, no processo, na matéria. São essa construção com a matéria, um encontro com o erro e o acaso também.

Que desejo é esse a que te referes?

Há dias vi o documentário de Nick Willing sobre a Paula Rego e ela falava do trabalho plástico como actividade erótica, que só pelo desejo se explica e pode acontecer. Acho que é o Desejo, não um desejo, o que nos faz usar as palavras, as mesmas que usamos todos os dias para pensar, falar, fazer listas de compras ou o que seja, também para escrever poemas… ou usar linhas, manchas, papel, matéria para fazer desenhos. No fundo o mesmo de que fala Deleuze, como coisa que produz o real, dizendo que nada falta ao desejo, nem o seu objecto.
Acredito que nesse processo, em qualquer processo criativo, também é importante a vontade de chegar a qualquer coisa de singular, uma forma de dizer ou mostrar, transmissível a outro…

Como se chega a essa singularidade?

Não sei. Vivendo, trabalhando. Experimentando muito. “Process is the thing”, dizia Jeff Buckley, “with some lights on the way”. Talvez seja isso.

Voltando ao desenho, como costumas trabalhar? Durante o dia ou preferes a noite? Com música ou em silêncio?

Silêncio, música, silêncio, música. Luz natural, sempre.

Uma dança, portanto.

Isso mesmo. E o desenho tem também a ver com movimento. Um movimento constante entre observação e acção.

Flanzine #3 – BOCA – Bruno Vieira Amaral & Joao Concha

Nunca te aconteceu descobrires um autor ou uma obra que desconhecias e reconhecer nela os teus próprios traços, palavras ou ideias?

Algumas vezes, sim. Como se andássemos por caminhos parecidos ou à procura de uma expressão próxima. Isso é como um encontro contigo mesmo ou com um parente desconhecido. Ainda assim, sobretudo com o desenho, o traço e o gesto é sempre algo de muito particular, individual, e também irrepetível. Claro que há processos de desenho que exploram precisamente a reprodutibilidade e o ‘repetível’, mas interessa-me o gesto rápido e mais analógico, cada vez mais.

A ilustração em Portugal vive dias felizes. Há galerias que se dedicam só a essa arte. Há vários autores a serem premiados no estrangeiro. Como encaras esse estado de graça?

É como dizes, há um grande entusiasmo pela ilustração portuguesa em toda a parte. Diz-se que Portugal é um país de poetas, mas hoje é também um país de ilustradores, designers e outros artistas, reconhecidos e premiados. Quem ainda não deu por isso anda muito distraído. Acima de tudo vivemos com a ilustração um tempo de qualidade e diversidade, apesar dos modismos (sempre os há). Galerias e exposições, livros ilustrados (para crianças e não só) e mesmo noutro tipo de publicações a ilustração tem ganho um novo fôlego. As edições independentes, fanzines e revistas são uma parte essencial desse impulso. Os festivais/bienais têm o seu papel, claro. As redes e a facilidade com que podemos ver ilustração e partilhar trabalho também ajudam. A qualidade existe e os prémios acontecem.
Também há alguns problemas… A ilustração, como outros trabalhos artísticos, nem sempre é muito valorizada quando falamos de remuneração. Por outro lado, alguns dos trabalhos em que o espaço para o risco e para a experimentação é maior são feitos para pequenas editoras ou projectos com recursos limitados. Esses trabalhos dão-me muito gozo e há colaborações que não deixo de fazer, pela qualidade dos projectos e pelas ideias de quem os mantém. E ainda há a auto-edição. O dom da palavra, que ilustrei e editei na Colecção Alice, é um desses casos. E sendo um livro feito com poucos recursos, traços e impressão risográfica, acabou por receber a medalha de ouro da 3 x 3 Magazine, o que foi surpreendente. Os meios e os processos nem sempre são os mais evidentes…
Mas há ainda outros sinais importantes, outros ‘estados de graça’ fora do âmbito da ilustração propriamente dita, ligados a uma crescente vontade de interdisciplinaridade e relação entre palavra e imagem, o tal diálogo de que falávamos.
Há revistas, online e em papel, assim como livros e outros suportes que procuram essa ligação, seja pela prática, seja pela reflexão sobre estas questões. Há autores e editores interessados nessas ideias, explorando-as. Não me parece que tenham desaparecido, mas hoje assiste-se a uma grande actividade nessa linha. A própria academia, alguns núcleos e investigadores, estão muito atentos a esse diálogo. Isso tem-se notado, até no interesse renovado pela dimensão visual da poesia, pela relação entre artes visuais e escrita, pela valorização da colagem ou pela questão da materialidade do objecto livro.

Como convive o autor João Concha com o editor de mesmo nome?

Parece-me que não se entendem muito bem (risos).
Cada um trabalha no seu espaço, no seu atelier. Por vezes o editor João Concha convida o ilustrador João Concha a colaborar nas capas da sua editora (não edições). Ele aceita, mas em vez de ilustrações entrega desenhos, às vezes bastante abstractos, para ficarem nas contracapas. É muito difícil, como vês.

De onde vem o nome “não edições”? Dessa vontade de ser singular e não ser apenas mais uma a produzir essa coisa de morte falsamente anunciada chamada livro?

O nome ‘não’ com o ‘edições’ entre parêntesis surgiu quando pensava no projecto e nos livros, muito antes de existir formalmente a editora. Esse ‘não’ tem a ver com diferença ou alternativa, e na verdade com qualquer coisa mais ampla… O ‘não’ pareceu-me a afirmação perfeita (afirmação, porque o ‘não’ pode ser afirmativo e não simples negação) do que queria fazer: conceber algumas colecções com princípios editoriais específicos, quanto aos textos/poemas e ao suporte material e sua imagem, que procurassem essa ideia de singularidade. Claro que isso, no processo editorial, implicaria dizer não muitas vezes. E com o nome ‘não’ vieram ideias ainda mais concretas para as colecções, ideias sobre o que me parecia fazer falta editar… e poderia antes dizer do que me fazia falta ler, poder ler… o editor é antes de tudo (ou ao mesmo tempo) um leitor. Podemos pensar que há aqui um propósito egoísta, sim, mas editar também é partilhar textos com os outros, com leitores.
Alguns desses livros que eu queria ler eram de autores cuja escrita admirava e conhecia de antologias ou revistas, mas que ainda não tinham uma primeira obra publicada ou só tinham um primeiro livro… alguns tinham um primeiro ou segundo livro inédito, nem sempre fácil de publicar. Mas também me interessava publicar autores que explorassem, assumidamente, dimensões menos evidentes na poesia, seja pela dimensão visual do seu trabalho, por não ser necessariamente poesia em verso, ou até questões mais conceptuais e próprias de um registo muito experimental ou radical. Estou a pensar em como tem sido interessante editar prosa poética, aliás foi o caso do livro inaugural da Colecção 32, da Júlia Hansen. Foi igualmente importante a atenção a dar ao objecto que era o livro e seu aspecto gráfico, quer numa colecção simples de livros agrafados e com preço mais acessível, como a 32, quer noutras colecções diferentes com livros mais extensos. Depois veio também a colecção de traduções, onde se mantêm as mesmas ideias e ainda a vontade de partilhar textos fora de circulação ou nunca traduzidos em Português. Alguns são de autores mais conhecidos noutras áreas disciplinares que não a da escrita, por exemplo o cineasta Derek Jarman. O ‘não’ está sempre presente, de alguma forma. Só mais tarde vieram os textos para teatro e performance ou a Colecção Alice, com livros ilustrados.

E como é a vida de uma pequena editora numa altura onde as leis do mercado fazem retirar livros da Agustina das prateleiras?

Escusado será dizer que a não (edições) não tem quaisquer apoios, estando sujeita a muitos riscos e a recursos limitados, já que mencionas as ‘leis do mercado’, que não sei bem o que são. A vida desta pequena editora é feita de vontades e cumplicidades. Todos os dias trabalho, de alguma forma, como editor, seja isso ler, rever, paginar, falar com autores sobre os seus textos, distribuir livros… E é um trabalho que tem necessariamente uma dimensão colectiva: os livros são obra de autores, ilustradores, tradutores. Também os livreiros e os leitores completam esta comunidade. Os livros devem encontrar os seus leitores…
Essa ideia do ‘não vende’, de que se falou a propósito dos livros da Agustina e de outros, é muitas vezes aplicada à poesia. No caso da não (edições) tenho percebido que é uma ideia discutível. Mais de metade dos livros até hoje editados tiveram a sua primeira edição esgotada e muitos foram reeditados. Mas, claro que para tiragens de 150 ou 200 exemplares as questões são diferentes das que se colocam para editoras maiores, que publicam ficção e tiragens de milhares. De certo modo as pequenas editoras são outra coisa e parecem escapar a essas tais leis de mercado, do que se vende ou não…

O que andas a ler, João?

Ando a ler a poesia reunida de Leminski (Companhia das Letras), a poesia de Fátima Maldonado (vários livros, desde Cidades Indefesas) e também a reler alguns artigos/ensaios de Tàpies editados pela Cotovia, enfim, vários textos ao mesmo tempo… a par de algumas leituras que têm a ver com a editora ou com o meu trabalho plástico. Vi agora uma exposição de pintura de Howard Hodgkin e ando a ler algumas entrevistas e textos dele, incríveis.

E romances, não são habituais na mesinha de cabeceira?

Confesso que são cada vez menos habituais…
Interessam-me muito algumas formas menos convencionais de ficção, como os livros de Anne Carson, entre a poesia, o romance e o ensaio. Agora está também na mesa de cabeceira O Mestre, de Ana Hatherly.

Este ano, já foste à feira do livro?

Já fui, sim. Hoje vou outra vez, vou deixar livros no pavilhão da Letra Livre.

Nenhuma fartura?

Prefiro gelados.
Fartura só mesmo o custo de um pavilhão na Feira.

Flanzine #8 – LOL&POP – João Pedro Azul & João Concha

A distribuição é mesmo a parte mais difícil para as pequenas editoras, não é?

Não acho que seja a mais difícil, talvez seja a mais aborrecida. Algumas tarefas de editor são bem mais complexas e sensíveis, mas essas são também as mais interessantes. Por exemplo, podem fazer parte do processo de edição sugestões de edição do texto (alterar ordem de poemas, eliminar um texto que possa estar a mais no conjunto…) bem mais complicadas, que requerem várias leituras e conversas, por vezes sem que as dúvidas desapareçam… o tempo é um factor importante no processo. O facto de a maioria dos autores ser convidado por mim ajuda a que possa haver espaço para conversarmos sobre os poemas ou textos, sobre o livro e outros aspectos. Distribuir livros, no caso de uma pequena editora, é muitas vezes uma tarefa do próprio editor. Isso pode tomar muito tempo, quando percorres as livrarias para deixar novidades e reposições, e acima de tudo tem custos, quando envias por correio. No caso da não (edições) são mais de vinte pontos de venda…

Referia-me a questões como essa de estar na Feira do Livro e em livrarias como a Bertrand e a Fnac.

Sim, por vezes as questões práticas são as mais difíceis. Na Bertrand nem sequer há livros da Não; só aceitam tiragens maiores. Na Feira do Livro de Lisboa a Letra Livre tem acolhido editores independentes… De um modo geral, todos os livreiros independentes (e abriram umas quantas livrarias nos últimos anos, não só em Lisboa e Porto) lutam com sérias dificuldades, mas são eles que fazem a diferença e recebem muitas das edições de poesia em pequenas tiragens.

Também foste editor de uma revista – a INÚTIL. Como foi essa experiência?

A INÚTIL revista foi uma experiência arriscada e intensa. Éramos três os editores, a Maria Quintans, a Ana Lacerda e eu próprio.
Digo arriscada por vários motivos, começando pelos objectivos e conceito da revista. Procurámos criar um campo de experimentação do registo poético, cruzando escrita, fotografia e ilustração. Eram muitos colaboradores em cada número e, como sabes, organizar e seleccionar todo o material é uma tarefa complexa, tal como compor depois a revista, cujos números eram temáticos. Também o formato era ousado, pois a dimensão, o tipo de papel/impressão e até o número de páginas traziam custos significativos, suportados pelos três editores. Cada número era um objecto relativamente caro, produzido com bastante cuidado. A tiragem oscilou entre 300 a 800 exemplares e, curiosamente, quase todos os números esgotaram…
Foi importante no sentido de percebermos qual o espaço para uma publicação relativamente diferente das que existiam. Herdava alguma coisa do espírito dos fanzines… lembro-me que na altura havia uma revista chamada Big Ode de que gostávamos muito e na qual publicámos, editada pelo Rodrigo Miragaia e Sara Rocio, com a Maria João Lopes Fernandes. Mas ao mesmo tempo a INÚTIL era uma proposta sui generis, publicando sobretudo poesia, a par da fotografia e ilustração, cujos trabalhos eram realizados de propósito pelos autores como resposta ao nosso convite. Foi uma aventura de quatro números que representou muito trabalho e aprendizagem, muito prazer também.

Não foi uma Inútil Paisagem, então. Um espaço de experimentação, como a Flanzine?

Sim, em ambos a imagem e a escrita têm igual importância.
No caso da INÚTIL ‘esticámos a corda’ em alguns casos, pelo modo de paginar os textos ou interligá-los com imagens, com os autores a serem sempre consultados sobre o resultado final, claro. Lembro-me de um poema em espelho, de textos manuscritos ou intervencionados plasticamente, entre outras operações. Nesse sentido, poderia ser um espaço de experimentação quanto à criação, mas também quanto à montagem final e identidade da própria revista em cada número.

Por que terminou?

Porque as limitações e o nosso imenso esforço assim o ditaram. O fim da INÚTIL veio com ‘a morte’, mas foi um final feliz, parece-me.

Já a morte diz que é bastante útil. Achas que caminhamos para um tempo em que o Homem a supera?

Talvez a morte seja um último grande mistério e, ao mesmo tempo, uma evidência insuperável. A frase inicial d’ As Intermitências da Morte, um dos livros de Saramago de que mais gosto, parece ser uma notícia feliz… mas torna-se rapidamente um pesadelo. “No dia seguinte ninguém morreu” não seria uma boa notícia.

Flanzine nr. 13 – EUROPA – João Concha

É curioso pois acabei de ler algo que o Lobo Antunes terá dito numa entrevista: “Ninguém sabe o que é a morte, mas não faz muita diferença porque também nunca sabemos o que é a vida”. Qual o mistério maior?

Fazem parte de um mesmo mistério. Também não faz muito diferença, como ele diz. Há muito de ilusório na vida, passamo-la a lidar com falsas dicotomias, com esta coisa do real e da percepção. Quanto à morte ainda podemos saber menos, parece-me. Por enquanto.
Para Saramago a morte não parecia ter grande mistério. Num momento estás aqui, no outro não estás, ele dizia qualquer coisa como isto. É a tal evidência objectiva. E não há mais nada.

Não sei quem o disse mas era algo como “sem a morte a arte não existiria”. Concordas com esta visão?

Sem a vida também não. Sem mistério não haveria arte. Camus diz algo como “se o mundo fosse claro não existiria arte”, creio que no Mito de Sísifo. A criação serve-nos também para pensar sobre isso mesmo, sobre esta falta de clareza que pode ser estarmos vivos.

Que afinal não é bem o contrário de estar morto, não é?

(risos)
Se fosse assim tão simples…

…não tinha graça nenhuma. Há algum tema que gostasses de ver na Flanzine?

Há vários. Alguns não são necessariamente os grandes temas que servem de mote a revistas e outras publicações. Gostava de ver como escritores e artistas abordariam questões prosaicas e não menos complexas, como ‘bairro’, ‘dinheiro’, ‘digital’, ‘turismo’ ou ‘tédio’.
Depois há dois temas que gostaria de trabalhar, mesmo correndo o risco de serem um pouco metaflanzine: ‘texto’ ou ‘imagem’.

Tédio é um tema que me agrada. Pouco entediante foi esta conversa, pois foi um prazer conhecer-te um pouco melhor. Espero que não tenha sido muito dolorosa para ti. Resta-me agradecer a tua disponibilidade. A amizade essa não se agradece, alimenta-se. Até já, João.

Junho 2017
Revisão: Gonçalo Mira

*Ana Teresa Vicente é artista plástica, investigadora e bolseira de investigação FCT na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL), na especialidade de Fotografia. Concluiu o Mestrado em Pintura em 2011 com a tese Body Rondo – A Ilusão do Tempo Suspenso, e a Licenciatura em Artes-Plásticas – Pintura em 2007, também na FBAUL. Expõe regularmente desde 2005, tendo já ganho prémios nacionais e internacionais, principalmente na área da fotografia, à qual se tem dedicado nos últimos anos. Actualmente o seu trabalho plástico foca-se nas questões da memória, identidade, movimento e gesto, bem como na relação entre a fotografia e os novos media. É co-coordenadora e curadora do projecto de investigação Post-Screen, concebido e desenvolvido no âmbito da secção de Ciberarte do Centro de Investigação e Estudos em Belas-Artes (CIEBA), da FBAUL. Vive e trabalha em Lisboa.